Espaços ardentes

Sobro nos espaços circundantes de mim;

Entre os vazios tantos e os ares viciados.

Não mais apalpo sonhos. Quero-os assim:

Perto para ver, e longe, para além dos pecados.

Colo cacos, tracejo curvas dentro das retas,

Há um canto assoviado em cada canto reservado.

Atrapalham esses espaços, o cumprimento das metas.

E assassino é o tempo, esse agente descontrolado.

Pingam poesias latejantes, lágrimas da alma aflita;

Semeando canteiros de verdes palavras doces,

Ou forrando sem escrúpulos de rasteiras fortuitas.

Há brasas ardendo nos espaços intransponíveis,

Queimando incensos nas palavras silenciosas;

Para homenagear eternos desejos impossíveis.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/08/2007
Código do texto: T624795
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