Inverno (II)
A natureza dorme entorpecida
no frio intenso de outra madrugada;
as ruas, em silêncio, já sem vida
e a porta de “meu bar” quase fechada.
Não há como ficar sem ter guarida
e então volto pra casa, desolado...
O inverno que chegou em minha vida
já deixa o coração desconsolado;
A noite, quase ao fim, já não me aceita
eu, velho como sou, sinto que passo
e abraço a solidão que ainda me espreita;
o velho corpo tomba de cansaço...
Meu mundo, a cama fria onde se deita
ao lado uma ilusão a que me abraço!