Inverno (II)

A natureza dorme entorpecida

no frio intenso de outra madrugada;

as ruas, em silêncio, já sem vida

e a porta de “meu bar” quase fechada.

Não há como ficar sem ter guarida

e então volto pra casa, desolado...

O inverno que chegou em minha vida

já deixa o coração desconsolado;

A noite, quase ao fim, já não me aceita

eu, velho como sou, sinto que passo

e abraço a solidão que ainda me espreita;

o velho corpo tomba de cansaço...

Meu mundo, a cama fria onde se deita

ao lado uma ilusão a que me abraço!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 23/10/2005
Código do texto: T62531