Arremedo poético

Há cores cintilando nas sombras também,

Uma fresta gelada que jamais se fecha.

Pessoas não há, só um soluço de amém,

Nesta fresta gelada que jamais se fecha...

Pelas paredes escorrem verbos malditos,

Sobre a toalha manchada sussurros sibilam;

Todos os testemunhos foram regiamente lidos.

Há pensamentos, e estes, os ventos mutilam.

Da fresta gelada um assovio de indignação:

Ousa a desesperança desafiar o enjeitado aleijão?

Qual o que, se levanta insano perante a consternação

Declaro meu o arremedo poético, parido em dores.

Há que muito lutar para provar dele infidelidade;

Posto que carrega cravado o lanho dos amores.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/08/2007
Código do texto: T626369
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