Arremedo poético
Há cores cintilando nas sombras também,
Uma fresta gelada que jamais se fecha.
Pessoas não há, só um soluço de amém,
Nesta fresta gelada que jamais se fecha...
Pelas paredes escorrem verbos malditos,
Sobre a toalha manchada sussurros sibilam;
Todos os testemunhos foram regiamente lidos.
Há pensamentos, e estes, os ventos mutilam.
Da fresta gelada um assovio de indignação:
Ousa a desesperança desafiar o enjeitado aleijão?
Qual o que, se levanta insano perante a consternação
Declaro meu o arremedo poético, parido em dores.
Há que muito lutar para provar dele infidelidade;
Posto que carrega cravado o lanho dos amores.