Et pour cause
Querida, não hás de dominar o dia
Nem hás de controlar o que acontece:
Enquanto a vida toda se arrefece
A morte ainda morta se recria.
Saudosa, o coração muito conhece
Mas por vezes razão não concilia
E torna essa anil, sutil valia
Em pátria sem nação nem endereço.
Amor, perguntas o que é o amor?
É barganha humana, onde quem ganha
O faz para ceder-se ao coator
O faz para arder-se nas entranhas!
Bonita, mais gostosa que a oca tarde,
Vai em frente: não há perdão para o covarde…