Et pour cause

Querida, não hás de dominar o dia

Nem hás de controlar o que acontece:

Enquanto a vida toda se arrefece

A morte ainda morta se recria.

Saudosa, o coração muito conhece

Mas por vezes razão não concilia

E torna essa anil, sutil valia

Em pátria sem nação nem endereço.

Amor, perguntas o que é o amor?

É barganha humana, onde quem ganha

O faz para ceder-se ao coator

O faz para arder-se nas entranhas!

Bonita, mais gostosa que a oca tarde,

Vai em frente: não há perdão para o covarde…

Cirilo
Enviado por Cirilo em 31/08/2007
Reeditado em 07/01/2015
Código do texto: T632280
Classificação de conteúdo: seguro