Testamento

Quase nada como poeta deixo

Não tendo mesmo a quem deixar

E como de tudo quis me queixar

Disso, contudo, não me queixo.

Várias rimas de puro desleixo

Alguns poeminhas de fácil rimar

Sonoridades morrendo sem ar

Nestes papéis, carentes de eixo.

Deixo versos de pé engessado

Os quais compus como pude

Da Inspiração que nos ilude

E nos obriga a ter tanto cuidado

Com palavras, sons e sentidos.

Deixo-os nus — e desvalidos.

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 01/05/2018
Reeditado em 07/05/2018
Código do texto: T6324661
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