NO ÚLTIMO MOMENTO
Quando a morte no seu cavalo preto,
Num trote arrepiante arrebatar
Meu corpo, pele velha em esqueleto,
Desejo ao fim de tudo imaginar
Que só leva o volume obsoleto,
De quem verteu em força para amar,
Desta vida, o diário cianeto,
Na essência do próprio o desejar
Quem desfrutou enquanto neste mundo
Cada paixão, desejo mais profundo
Valendo a pena do que se buscou.
Sentir a vida em cada vão momento,
Passar como um real pressentimento,
Feliz viveu, ganhou, perdeu, amou.