INVERNO...

Aos derradeiros frutos o outono

Deitando-se ao chão em despedida

Se entrega como adubo para a vida

Sendo abraçado à terra, seu kimono...

Na aparente morte, ao abandono

Em um esquife frio convertida

A vida parecendo consumida

Se cala no anônimo carbono...

E vem o ser inverno nascituro

Compondo-se do gérmen no escuro

Trazendo a solidão no amanhecer...

Serão as noites, longas poesias

Como altar às núpcias dos dias

Pra só na primavera florescer...

Autor: André Luiz Pinheiro

15/06/2018