MINGUANTE

A tua indiferença atinge em cheio

o coração que estava embriagado,

destrói um paraíso desenhado

pelos pincéis do nosso devaneio.

O teu silêncio fere, é rude, alheio

às marcas de um amor extravasado

em noites transformadas no reinado

das peripécias cálidas, do enleio.

Jardim abandonado, nada tenho

porque tu foste as cores, a fragrância

dos tempos onde havia alguma vida.

Percebo no fantasma tanto empenho

em ver daquela história a rutilância

aos poucos definhar, diminuída...