Véu Rasgado

A maledicência do ópio na carne podre;

Desintegra a alma fúnebre desse nobre.

Qual sepulta entre rosas negras o teu amor,

Num jardim efêmero de angústia e terror.

O véu que cobria a tua face pálida. Mortiça.

As tuas gélidas mãos, a minha pele eriça...

Quiçá de penumbra a Morte sussurrou,

Nos meus ouvidos algo sórdido soletrou.

Chegastes a tua hora flor amargurada.

As tuas pétalas secas, sepulcrais caem...

Não chore, descanse, a tua alma exaurida.

Adormeço no vento frio do agouro,

Duma canção melancólica e sombria...

Emudeças-me a voz, voa triste corvo.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 21/06/2018
Reeditado em 05/06/2021
Código do texto: T6370285
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