Imperfeito soneto do medo
Tolos os que se arvoram a dizer que nada temem
Pois se descuidam dos perigos que a vida traz
E se iludem com as conquistas fáceis
Que não exigem esforço, nem provocam suor.
Tolos os que vivem amedrontados
E pelo medo sentido deixam de viver
Fazendo dele uma redoma que não protege
E, se protege, não deixa evoluir.
Corajosos os que respeitam o medo
Mas não deixam de enfrentá-lo
Pois nisto consiste a verdadeira coragem.
Mais tolos ainda os que exploram o medo alheio
Dele se alimentando e regurgitando
O próprio medo que teimam em esconder.
Cícero – 26-06-18