O lápis, a borracha e o poeta
Deslizo sobre as linhas do papel
o lápis que, inseguro, seguro
mas a inspiração cobre-me com seu véu
e nem garatujas rabisco no escuro.
Ainda insisto com o lápis entre os dedos
e a borracha ao lado a rir da desgraça
que é ao poeta não versejar seus medos,
seus anseios e apagar o que se quer que faça.
Mas poeta é bicho teimoso, persistente,
continua mesmo temendo o fracasso,
a busca pelos versos que aprisiona na mente.
Por fim, prestes a vencer-lhe o cansaço,
dele apieda-se satisfeita a Poesia
e pousa o lápis sem à borracha dar alegria.
Cícero – 28-06-18