O lápis, a borracha e o poeta

Deslizo sobre as linhas do papel

o lápis que, inseguro, seguro

mas a inspiração cobre-me com seu véu

e nem garatujas rabisco no escuro.

Ainda insisto com o lápis entre os dedos

e a borracha ao lado a rir da desgraça

que é ao poeta não versejar seus medos,

seus anseios e apagar o que se quer que faça.

Mas poeta é bicho teimoso, persistente,

continua mesmo temendo o fracasso,

a busca pelos versos que aprisiona na mente.

Por fim, prestes a vencer-lhe o cansaço,

dele apieda-se satisfeita a Poesia

e pousa o lápis sem à borracha dar alegria.

Cícero – 28-06-18

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 28/06/2018
Código do texto: T6376437
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.