Tetrasoneto: O grito da morte!...

Era o brilho da esperança,

Na doce fortuna da sorte,

Uma brandura por poder,

E, em suas andanças,

Lutaria contra a morte

Para continuar a escrever,

Mas, com o céu magoado,

Chorando tanto sofrimento,

O povo foi trucidado,

Martírio desse tormento,

Mas a vida na Terra,

Nas mãos de um capataz

Sofreu com quem erra

E agora na ciência jaz,

Mas o grito berrante,

Chamando por socorro,

Foi ouvido na arte,

Um poeta errante,

Por quem socorro,

Veio de sua parte

Lutar contra o mal,

Mas foi fera ferida,

E seu inimigo: Qual?

A sua pátria querida

Foi correndo defender,

O mundo escravizado,

Tendo o corpo que vender,

Até Deus foi humilhado,

A um choro de dentro do berço

Foi o nosso herói ajudar,

Guerreiros de longe vem,

Numa lástima de antes imerso,

Não tendo mais quem amar,

Vem defender do além,

Mas, cada beijo da sorte,

Deixou seu pobre coração

E uma guerra contra a morte

Se travou na solidão,

O mundo pedindo ajuda

Ensinou seu espírito,

Que a voz de Deus é muda,

E fingir surdez não é hábito,

Mas, no fundo da Terra,

Gritam os animais

Que comem o amor,

Quem é bom não erra,

Não quero sofrer mais

Diante de tanto horror,

O fim do mundo lamento,

Sendo o poeta que sou,

Neste escrito intento

Dizer que se acabou

O mundo conhecido,

Até mesmo o cristianismo,

Deste tormento padecido,

Deixo o messianismo...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 24/07/2018
Código do texto: T6399054
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.