COMPOSTO DO AMOR (soneto)

No eu também, o que em mim vistes

Avultando o encanto, dando portento

Ao próprio feitiço, elogios e fomento

Deveras díspar das que outrora ouvistes

És amor, sem dúvida, paixão. Portanto

Pense nos desencontros que sentistes

Tão secos, ásperos e de causas tristes

Que por mim, eu me derramo em pranto

Amador, me aflige, e é tão medo tanto

Que a dor inventa, tenta, o que não existe

Em tempo algum, pesar sem algum canto

Aí, em lugar de acalmar, a aflição insiste

Não desiste, é dos loucos, sem espanto

Dos amantes, assim, o tal amor consiste

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

15 de agosto de 2018 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 15/08/2018
Reeditado em 30/10/2019
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