SAUDADE

Embevecido pelo camafeu

Da tarde, o sol com tintas encarnadas

Pintava sobre as nuvens desfraldadas

Tela que o gênio humano não viveu.

Num céu de mar sorrindo ao mar de céu

Sob o suave manto de esmeraldas

Ardia um rir de mãos entremeadas

Às mãos do riso igual ao riso meu.

E o sol riscava, ainda, a rubra pele

Do rosto onde o riso impresso nele

Tinha o fulgor do teu riso de estrela.

Ao despertar do sonho, a realidade

Vi desmanchar os traços da saudade

De um tempo onde fomos aquarela.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 17/08/2018
Reeditado em 17/08/2018
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