FRANGO DE BOTECO
A gente foi assim, nunca era assado
De menos ou demais aquele frango
Comido frio ou quente antes do tango,
Entrada de um galeto desossado.
O tempo foi virando e revirado
Ficou o futuro como fosse o rango
Que o cachorro de olhos no fandango
Do espeto algo vê e não lhe é dado.
A gente não é mais o que nós fomos
Esfomeados do outro hoje nem somos
Cardápio que quisemos para a gente
Somos os dois sem tango de boteco,
Sem frango de esqueleto gordo ou seco,
Pagando a conta ingrata no presente.