FRANGO DE BOTECO

A gente foi assim, nunca era assado

De menos ou demais aquele frango

Comido frio ou quente antes do tango,

Entrada de um galeto desossado.

O tempo foi virando e revirado

Ficou o futuro como fosse o rango

Que o cachorro de olhos no fandango

Do espeto algo vê e não lhe é dado.

A gente não é mais o que nós fomos

Esfomeados do outro hoje nem somos

Cardápio que quisemos para a gente

Somos os dois sem tango de boteco,

Sem frango de esqueleto gordo ou seco,

Pagando a conta ingrata no presente.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 17/08/2018
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