teus caminhos
teus caminhos
José Leite Netto
o que me diz este poema um sonho antigo
Minotauro do ar Creta que não se dissipa
labirinto de mim solidão sem saída
carruagem de fogo negros olhos de Circe
oculto-me feito traça perene destino
celeste louco solto na dança dos astros
um touro bravo preso à acha de dois gumes
com sete ninfas a dançarem comigo
segue-se o barco no mar dédalo e enigma
onde um mágico fio a se desenrolar sigo
metade lua e sangue mancham teus caminhos
infinito e tempo chama-se meu nome
mito é poeira por debaixo das coisas
feito rio que não cessa e sendo rio continuo.