A razão do equilíbrio


As lembranças ruins causam desequilíbrio,
quando ainda não têm cantos iluminados
por pensamentos sãos que resgatem o brio
de quem foi humilhado e de olhos transtornados

se viu sem pai nem mãe, sem o amor dos filhos,
já um pouco avançado na idade do tempo,
quando dentro em pouco será feito em pó,
sem mais deixar de si sinais ou até rastilhos,

nem mesmo na memória o que exigiria
esforço inusitado diante da dor,
entre o sol da manhã e o sol a se pôr,

exceto se agora houver a calmaria,
e o pensamento venha a se fazer supor
maior do que a dor ainda existir amor.