CHUVA (soneto)

Chove lá fora. O meu peito também chora

São suspiros de velhos e eternos pesares

Da alma que desapegando quer ir embora

Uma tristura que diviso, repleta de azares

Chove... Que agonia se percebe de outrora

Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares

Em preces de ira, com o chicote e a espora

Deixando as venturas laçadas pelos alares...

Chove lá fora. Minh’alma também aflora

E eu sinto o que o cerrado também sente

O pingo quente, e abafada a aflição afora

E esta tal melancolia que no temporal uiva

Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente

Tem a sensação: - choro! E chove chuva!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Outubro de 2018 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 15/10/2018
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6476505
Classificação de conteúdo: seguro