À Noite

Tarde virá à noite e este céu,

azul que vês este risonho...

Céu há de cobri-lo o seu negro véu,

cobri-lo, deixando-o tristonho.

Como ele, há de ficares, tu que já ouviste,

merencório às notas do lamento...

Entoar no peito triste,

melodias que lhe traz o vento.

Nesta estrada em que andas, vão os sonhos,

vem às mágoas, e os medonhos

pensamentos que ecoam como um grito...

Se dispersam como às brumas n'alvorada,

ante o canto matinal da passarada,

e o astro que despontas no infinito.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 16/11/2018
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