Soneto livre sobre a métrica
Não me preocupo em versos medir
Meu gênio não chega a tanto
Prefiro a naturalidade do sentir
Pois a poesia não perde o encanto.
A métrica é para gênios de alta monta
À estirpe de Bocage, Bilac, Camões
E tantos outros a quem a técnica não amedronta
Pois foram além das formais prisões.
A métrica, para quem não a doma com talento
É artifício inútil, fútil e obscuro
Que da poesia elimina o sentimento.
por isso, dos meus versos não faço escansão
Não tenho fôlego para transpor este muro
E prefiro o espaço livre entre poesia e emoção.
Cícero - 29-11-2018