Sepultar-te irei mágoa passada
Sepultar-te irei mágoa passada,
no vergel da alma tristurosa...
Ouvindo, a vida, como à ave n'alvorada,
cantares em meu peito venturosa.
Este canto de outrora,
que tu segues em meu peito a cantar.
Tens o brilho da aurora,
e às notas merencórias do luar.
Vagavas por estes prados um dia tristemente,
vendo à chuva que caias mansamente,
e às nuanças que surgiam no entardecer...
E se hoje fico assim na fria soledade,
é pra ouvires, bimbalhar-me, à saudade,
os teus sinos quando anoitecer.