PALÁCIOS DE PAPEL

Percebo em vosso alinho, majestades,

broquel com que rechaçam os despidos

de similares vestes, oprimidos

por olhos carregados de vaidades.

Acaso não sabeis das tempestades

que levam trapos, ferem desvalidos,

abraçam, deixam nus os possuídos

pela soberba e esculpem igualdades?

Não aponteis os cetros dessa forma

na direção daqueles que, em essência,

foram criados sob a mesma norma!

Oh, reis, abandonai o tom malevo!

Prestai ao senso alguma reverência!

Vossas coroas têm fugaz relevo...