Eterno Caminheiro
A crença que vibravas, a crença d'outrora,
o sonho, que era como um lírio tão belo...
Triste pranteia, a crença, no peito estertora,
e o sonho, murchastes como o lírio amarelo.
Vem a dor noctâmbula vagando pela rua,
solitária fera qu'alma devora...
Silente e misteriosa, ó, como à lua,
que das negras trevas pálida aflora.
Em cada canto da saudade um vestígio. Em cada
canto um vestígio da saudade...
- E o homem, eterno caminheiro nessa estrada...
O homem, planta teus sonhos neste solo,
neste que ri e chora, vai na frialdade
um dia repousares em teu colo.