Única Alegria

Assim, embriagados de falsa alegria,

Vão pela rua como robôs e zumbis.

Ao som estrondoso do infinito bis,

Incalculável dispêndio de energia.

Os seus corpos esguios, as mentes vazias.

A fantasia cria beleza ilusória,

Almejam para si a efêmera gloria

De uma vitória que acaba em três dias.

De volta pra casa onde a vida é real,

O trabalho lhe espera com paga tão vil.

O ouro da festa? Onde está, ninguém viu.

A saúde se foi na labuta diária,

Situação do barraco também é precária.

E ainda perguntam: Pra quê carnaval?

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

Já havia postado este soneto, mas achei apropriado republicar por ser assunto atual.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 05/03/2019
Reeditado em 24/02/2020
Código do texto: T6590120
Classificação de conteúdo: seguro