Ó vento que vem d'outros bosques
Ó vento, que vem d'outros bosques coloridos,
leva do peito, a dor, que nele mora.
Enquanto não lh'escapas derradeiro, o suspiro,
lenta e tenebrosa, ainda sente ir as horas.
Vê o astro, solitário, que distante resplandece
no infinito e etéreo universo...
O mistério e encanto eis que tece,
em silêncio como ele, o poeta, o teu verso.
Também vagas nestas plagas e formosa
em tua palma, tem quem trazes uma rosa,
tem quem choras na penúmbra alma querida...
Tu que ristes ao lembrar entardeceres,
triste, também chora por sofreres,
saibas que assim é essa vida.