ALMA IMORTAL

À Notre Dame da alma cumpre arder

Sem termo, alheia a cinza, tempo e dor --

Seu brilho vem de chamas dum teor

Perpétuo, avesso a fogo vão qualquer.

Aqui, no que é aparente, a cinza quer

Contar ao vento a História num rumor

Mais falso que as paixões -- ao seu redor

O Abril corrompe, em tramas, ser e ter.

Seremos mais que a luz que dura e dói

Na marcha desses dias rumo ao fim?

No que virá perdura o quanto foi?

Não pode contra a alma o sol, cupim,

Nem nada que desfaz, reduz, corrói

Pois sempre ascende e é sempre a mesma, assim.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 15/04/2019
Código do texto: T6624369
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