SONETO À LIBERDADE
São tempos retirantes esses nossos
Em que a liberdade é arribação
Que, assustada com tiros de canhão,
Não quer ser prato para beiços grossos.
Se morta, a ave, alvo da opressão,
Cujas asas em voo tampava os fossos,
Não haverá no chão lugar pros ossos
Dos desterrados dentro da nação.
Exército que age contra o povo,
Cantava o poeta e eu renovo,
Perfila em continência à maldade
Em tempos retirantes ofereço
O peito a ser varado e em troca peço
Que regresses do exílio, ó liberdade.