TERMOS IMPRÓPRIOS
Quem dá tira de si, finge que ama
E molha as entranhas com os ais
Que parecem os sons de animais
Trepados um no outro sobre a lama.
Quem come o alimento e reclama
É predador que a fome satisfaz,
Mas depois, saciado, é bem capaz
De abandonar os restos sobre a cama.
Quem dá depois não dorme encaixadinho
Por que quem come corre ligeirinho
Para um corpo que tenha outro sabor.
Quem dá é o produto que enjoa,
E come o consumista que à toa
De tudo prova, menos do amor.