Soneto a um gato

Um ser de quatro patas

sobe na pia e faz bagunça.

Não sei que tanto ele fuça

com perícia de um acrobata

Se vou reclamar, ele escapa

de medo, mas é fingindo.

Porque eu sei que está rindo

e que o resto é só uma capa.

Mas daqui a pouco, ele chega

nas minhas pernas se esfrega

simples e sem nenhum significado.

E com seus olhos penetrantes

no cinismo de um farsante

me conquista com um miado.