SINAL INDEFINIDO

Sou um sinal ainda indefinido

Sujeito ao olhar crítico do mundo.

Entre a exclamação de ar profundo

E a interjeição sisuda ando espremido.

Vou-me às linhas da vida incluído

Em um texto quiçá bem vagabundo

E em fracasso de crítica rotundo

Entre as letras eu não sou percebido.

Mas se há quem leia escritos em estrelas

E das nuvens extrai estórias belas

Um dia sobre mim cessa a poeira.

E a indefinição sobre o que sou

Se perderá em frases de amor

Recolhidas de um livro à cabeceira.