MÁCULA

Canhão de peso agonia e perda,

angústia, queima de herói vencido

prostrado sob a bancada esquerda

a arder triunfo que não foi tido.

Um risco cinza macula as cores

de um arco-íris de ser risonho;

minaz passado em letais bolores

sufoca o riso a esperança o sonho.

Vem cá, Brasil, vem sangrar comigo

o corte aberto com que o inimigo

nos mutilou a partir da escolha...

puxada a amaros do fel vingança

com a ignorância – que insana aliança.

E quanto ao podre? Que o pobre colha.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 17/07/2019
Código do texto: T6698193
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