DEVANEIOS VIRGENS

Percorro a escuridão de um sonho imenso

e tu, serva fiel do orgulho, bradas

desprezo pelas minhas alquebradas

declarações de amor que já repenso.

Na proporção das dores suportadas,

perante mim cintila a luz do senso:

por devaneios virgens vou, suspenso,

pedir guarida às sendas reveladas...

O teu silêncio, forma de tortura,

sem hesitar, garanto ferir mais

do que qualquer palavra amarga e dura.

Quando te arrependeres dos banais

comportamentos, nesta vã clausura

nem tentes me encontrar porque não vais!