APARÊNCIAS

Abraço a gelidez da madrugada,

atormentado por muitas procelas,

rajadas de amargor que trazem nelas

a face da saudade desenhada.

Na escuridão do céu se acendem velas,

constelações a quem, sem sua amada,

vagueia na lembrança adocicada

para minimizar tantas sequelas.

Enfrento a solidão, levando o fardo

de ser agora o antigo felizardo,

recebedor dos mimos teus, querida.

Não entendeste o meu amor, sincero,

por isso é que a vaidade, um dia, espero

ver ao remorso entregue, carcomida.