AS DUAS FACES DO TEMPO

A medição do tempo é algo muito louco.

Quando numa festa, e se ela nos agrada,

A gente vai ficando, vara a madrugada,

E ao terminar ainda acha que foi pouco.

Outro dia, o bebê chora de ficar roxo.

De tão cansada, a mãe está desesperada,

É meia-noite e ainda acordada,

Acha que não resiste a tanto sufoco.

Mesma pessoa, diferente situação.

Numa delas o tempo voa qual tufão,

Na outra, ele não passa e até se alonga.

Em uma, estava dançando a la conga,

Na outra, em casa, longe da diversão,

Vê o quanto pesa a doce obrigação.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 24/10/2019
Reeditado em 02/09/2022
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