A festa que se perde
A alma de quem morre está liberta
Do claustro cruel que a prendia,
O corpo que jaz e agora esfria
Tem destino oposto à alma aberta.
A exuberância da alma descoberta
Contrasta com a pobre anatomia,
Desfigurada pela tal necropsia,
Que Pitangui nenhum acerta.
Choramos pela carne que apodrece!
A alma, essência, a gente esquece,
Caindo em desespero sem motivo.
O homem se perde na contradição;
Tem medo da morte enquanto vivo,
E perde a festa da extrema-unção.