OS SERTÕES

As lágrimas eram-me suor com o abajur;
Da cor da minha pele molhada e sal;
Pela dor da sofreguidão erguida em mim;
Uma flecha atirada por não querer compaixão!

Ah! Quanta tristeza no meu olhar marejado;
Em busca de uma sombra para comer o pão;
Porque já era-me tarde e a fome escorria em pranto;
No choro caiado de dor em ossos secos guardados.

Quão triste é admirar o sol da caatinga em sua luz;
E não poder enxerga-lo pela cortina de raios;
O talvez amarelo dourado que brilha como clarão.

Feliz do homem das estradas de barro;
Que ao dizer versos, constrói acordes de prata;
Para ao menos tocar violão nas noite enluaradas.
Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 09/11/2019
Código do texto: T6790477
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