CASA DE PAPEL

Para que sorrir da dor se ela permanece alado;

Nos lados das fotos de cada retrato dependurado;

Em paredes de hortelã, vestidas de organdi;

Mofadas pelo tempo da partida que foi-se alado...

Seria eu um tolo, louco! moribundo! Sei lá...

Um desfundo morto na vida sã, claudica?

Pelos corredores do passar em teias de fios bordados;

Entre lágrimas suadas em tom de de ironia pelo papel manchado...

Deixe-me falar da beleza em quatros pintados;

Armaduras fechadas em chave escuras para o sol entrar;

E dentro poder brilhar em festa de cores frias.

Sou eu a mesma pessoa que fui em mudanças;

Para sentir o luzir em espelhos refletidos nas portas;

Em janelas, telhados, vidros, um não importa.

Sérgio Gaiafi

12 de dezembro de 1988

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 23/11/2019
Código do texto: T6801670
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