7.188-ESTICAR DEMAIS - Soneto Sáfico-heroico Nº 7188. Noneto Nº 187-Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil. Integração com Klinger Sobreira de Almeida.

7.188-ESTICAR DEMAIS

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Soneto Sáfico-heroico Nº 7188. Noneto Nº 187

Rimas: ABAB, ABAB,CDE, EDE; sílabas fortes na

4ª, 6ª, 8ª 10ª sílabas; mensagem no 14º verso.

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.

Integração com Klinger Sobreira de Almeida.

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Coronavírus é invisível, mata!

A prevenção exige um sério plano...

Linhas de Ação que seguem uma data,

com foco à vida, salva o ser humano.

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Quem tem Poder O.M.S. acata!

Líder tirano, sempre causa o dano.

Corda arrebenta...O nó do mal desata.

O líder sábio não espalha engano.

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Na alternativa, o povo quer consumo;

isolamento em casa vem cumprir.

Arrebentada a corda muda o rumo.

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Com decisão serena impõe confiança;

o governante deve ouvir e agir:

_ A integração conquista e ganha aliança.

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Belo Horizonte, Minas Gerais, maio de 2020.

https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6944503

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MENSAGEM DO CRONISTA:

Não tem jeito de fugir do tema “Coronavírus”. É o nosso cotidiano. O desarticulador de nossa rotina. A terrível ameaça sanitária, social e econômica.

Dissertei, em minha crônica de 26Abr p. passado, sobre liderança – elemento fundamental no enfretamento do problema.

Acompanhando o farto noticiário local, nacional e internacional, deparamo-nos com lideranças sábias e sensatas, que sabem administrar um problema gravíssimo. Têm conseguido conter o “inimigo invisível”, com ações bem articuladas que engajam a população, em todos seus segmentos, e ensejam a continuidade controlada das atividades comunitárias, bem como a retomada econômica em nível desejável. São governantes que entendem e comandam o melindroso processo decisório do momento e definem Linhas de Ação condizentes – eficientes, eficazes e efetivas. Em contrapartida, há líderes de uma estultice impressionante. Podem levar comunidades e nações ao abismo.

Eis o tema, sujeito ao contraditório, que ora submeto à apreciação do amigo leitor: ESTICAR DEMAIS!... Inspira-se num dito popular: “a corda, quando esticada em demasia, rebenta”.

Saudações Acadêmicas,

Klinger Sobreira de Almeida – Cel PM Ref

Membro Efetivo-Fundador Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG

- ESTICAR DEMAIS!...

*Klinger Sobreira de Almeida

“ENTRE O MEDO E O DESESPERO – Pressionados por contas a pagar, lojistas desafiam a prefeitura e abrem as portas no centro da capital”. (O TEMPO, 07/05/2020)

Os ditos populares, lastreados em provas irrefutáveis e circunstâncias tecidas ao longo dos tempos, encerram sabedoria nunca desmentida.

Para se referir a decisões tiranas – tolas, truculentas, ineficazes... – proferidas por pseudolíderes ignorantes, mas inebriados pelo poder, cunhou-se um ditado secular: “a corda, quando esticada em demasia, rebenta. ”

Enfrentamos um inimigo invisível – Coronavírus – que ataca em nível mundial. O Brasil, pelo número de infectados e mortes, pode tornar-se o epicentro da pandemia.

Sob orientação da Organização Mundial de Saúde-OMS, ações complexas, que restringem a liberdade individual e provocam transtornos econômicos-sociais, vêm sendo desencadeadas, visando a contenção do avanço do vírus. O foco é salvar vidas humanas.

Gravíssimo problema! Impõe-se processo decisório abrangente, tempestivo e veloz. Participarão, obrigatoriamente, médicos-cientistas, logísticos de saúde, executivos financeiros, condutores da segurança pública, entidades empresariais, psicólogos, sociólogos, comunicadores de massa, educadores, assistentes sociais...

Esse processo não é um vácuo de emoções, palpites e achismos. Prover-se-á de informações substanciosas; análise percuciente de todos os fatores que afetam o problema. Linhas de Ação serão delineadas, e comparadas em suas vantagens e desvantagens; resultados positivos x danos decorrentes nas diferentes dimensões da vida comunitária: interrupção definitiva de atividades produtivas; desemprego massivo; fome epidêmica.... Eis algumas considerações exemplificadas:

A) Alternativa do isolamento social – (1) atividades que podem continuar em home office; (2) da classe média acima, há como acomodar-se em domicílio com razoável conforto; todavia, grande contingente populacional vive em miserabilidade: barracos diminutos ou taperas, ou mora na rua; (3) muitos trabalham informalmente, ou em bicos, durante o dia, para garantir a alimentação diária da família (4) pequenos comerciantes, oficinas e salões de serviço são fundamentais na vida comunitária, geram empregos, e não conseguem sobreviver caso sejam obrigados a fechar por período longo.

B) Uso obrigatório de máscaras para circular – plausível aos que têm renda regular, mas inacessível para o paupérrimo que luta na busca de míseros reais.

O processo decisório bem conduzido, com todas as condicionantes devidamente analisadas, preconizará Linhas de Ação que (1) invistam pesadamente na comunicação educativa, conscientização e motivação das massas para entendimento e acolhimento das medidas profiláticas-preventivas; (2) preservem atividades geradoras de empregos, só promovendo hiato temporário daquelas, não essenciais, com dificuldade de controle de multidões; (3) visem suprir ou minimizar deficiências graves da estrutura do sistema de saúde e assistência aos socialmente vulneráveis.

Na sua eclosão – tomada de decisão – o governante é solitário. Inspiração, Sabedoria e Firmeza! Os que lhe estão sujeitos (as forças motrizes da comunidade e o povo) esperam que se lhes indique o rumo a seguir: ações claras, seguras, equilibradas e exequíveis, que serão implementadas com eficiência, eficácia e efetividade pela máquina governamental.

O “Tomador de Decisão” é o líder sábio, equilibrado, sereno, confiável e aceito. Sabe comandar e implementar. Não pode ser um tirano ignorante, tresloucado e insensato, que, unilateralmente (julgando-se dono da verdade!), impõe decisões inexequíveis, através de arroubos amadorísticos, com arrogância e ameaças: “quem manda sou eu”; “eu que decido”; “vai durar enquanto eu quero”, “multo e prendo” etc.

Decisões inadequadas, sufocantes e açodadas, em colisão com a realidade fática, terminam desmoralizadas pela desobediência coletiva. É a “corda rebentando por ter sido esticada em demasia”. Depois! Difícil corrigir o rumo desordenado.

*Militar estadual reformado, ex-executivo empresarial, membro da Academia de

Letras João Guimarães Rosa/PMMG

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Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 11/05/2020
Reeditado em 12/05/2020
Código do texto: T6944503
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