Desejo mortal
Por que, em vão, meu coração procura
Este desejo vil e prematuro ?
Porquê, em meu coração, não há ventura:
Não lampeja o Pantheon do futuro!
Deito-me, no féretro do monturo.
Embalsamado, a chama perdura,
É o calor passando no osso duro,
E os bichos roendo minha alvura.
Mesmo que, essa guerra, eu tente esquecer,
Há desejo pronto para crescer
Burlescamente, e cristalizado...
A cova, os sete palmos imundos,
As bactérias, o túmulo fundo:
Lugares q' o desejo é embalsamado!