Clamo!

Clamo a perversidade retraída

estática e perdida na noite

quando a índole exausta e moída

solta-se num intenso açoite.

Clamo! Um clamor que mais parece

uma lamúria, dilacerando o peito

febril, como um floreio que fenece

sem que saibamos dar algum jeito.

Clamo como entoam as castanholas

as mocinhas, madalenas fatigadas

que em matinas quentes enluaradas

Surgem às ruas em refinadas camisolas

encobrindo as aparências maltratadas

quando crianças ainda, violentadas!

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 26/05/2020
Código do texto: T6958931
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