MEU MINDINHO

Meu mindinho cansou de ser vizinho

Dos dedos que eu trago em minha mão,

Não que dos outros fosse mau irmão,

Foi canseira de junto ser sozinho.

E assim saiu, pedindo a atenção

De um de fora, também, dedo mindinho,

E é nesse que o vejo agarradinho,

Como se fosse traço de união.

Meu dedinho de tão apaixonado,

E por andar em outro enrolado,

Até virou extensão de outro braço.

Eu nem me importei, pois se enroscando,

No braço alheio, até sai ganhando,

Já que em seu outro corpo me embaraço.