Paixão ardida

Suspira dentro da boca sinuosa,

Um turbilhão de inconfessos desejos.

Agoniza o beijo que a alma revira

Num apelo tímido de tantos ensejos.

Queima-lhe as noites de castidade

Enquanto cavalga solitária sua paixão,

Que de tão cruel devora-lhe a fidelidade

E aos trancos macera-lhe o coração.

Seu dia boceja tão bêbado quanto insone,

Arrasta-se inerme crivada de poesias

A arderem fundo como se fora fome.

De pupilas dilatadas e o peito arquejante

Sua vida é escorrida em fiapos sem serventia,

Ainda assim, as vezes, galopa esfuziante.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 17/10/2007
Código do texto: T697512
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