Soneto para F.

Perdão, querida, pela despedida

Por cada instante de distância e pranto,

Por cada vez que me afastei a um canto

Buscando o senso nesta horrenda lida.

Resta de nós a sombra entristecida

Das mãos unidas em singelo encanto:

Cartas de amor deixadas num recanto

D'onde se apagam como a própria vida.

Fica no espelho esta caricatura

Contemplativa da mortalidade:

" - Pobre de ti, patética figura!

Deixaste quem te amou sempre em verdade

Para viver nesta existência escura

Vergado sob o peso da saudade."

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 19/06/2020
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T6982315
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