VOZ DO SILÊNCIO

*Fanny*

Oiço sussurros no vento, doce temperança...

sonâncias além-sonho... sem chegada!

Deambulo na insensatez da esperança,

afagos sem destino... ternura agrilhoada.

Travo os anelos da alma, meneios do coração

em contínua luta... recolho versos inquietos...

A voz do sentimento cala-se na petrificação

dos sentidos... pensamentos feridos e discretos.

Extinguiram-se as alvoradas de sonhos,

perderam-se os jardins suspensos das quimeras.

Já não cantam rouxinóis ataviando primaveras!

O silêncio reina... Beija-me a tua ausência

que me enleia em noites escuras de amargura

e me levam nas trevas sombrias da clausura.