Sombras, névoas...
Sombras, névoas, horas que aqui passam,
Tristes e lentas, horas tumulares...
Em que vagas a angústia pelos ares,
E os sonhos neste peito despedaçam.
Ah! São nessas horas em que penso
Ao olhar-te, horizonte de minha vida...
Nas estrelas no infinito céu imenso,
E as flores sobre a terra enegrecida.
Nessas horas que vem a noite calma
E acende as lembranças na minh'alma.
Essas horas que a dor torna-se pranto...
Ao senti-las, fiquei tão tristuroso,
Vendo o tempo que andavas vagaroso,
Solitário, a entoares, o teu canto.