Recordando na vida os sonhos pulcros

Recordando na vida os sonhos pulcros,

Na cadência triste dos meus pesares...

Frias vão as noutes como sepulcros,

Recordando na vida os meus sonhares.

Ai, neste jardim d'aves a cantarem,

Vendo o tempo passar na soledade...

Vi-lhes lentas na minh'alma a murcharem,

Redolentes flores da mocidade.

Embalando a saudade e a desventura,

Em meu ermo solitário, na quietude,

Lembras-me, ó vida, o olhar da sepultura.

Lembras-me, pálida luz, dores e ais,

Lembranças sentidas na solitude

Ao clarão das auroras sentimentais.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 14/07/2020
Reeditado em 18/07/2020
Código do texto: T7006018
Classificação de conteúdo: seguro