A amarga solidão de que padeço

A amarga solidão de que padeço

quando ausenta-se a tua companhia,

ó ninfa dos jardins de meu apreço,

por que com tanta fibra me angustia?

De toda minha fé me desguarneço

no último adeus de cada triste dia,

porquanto dor maior eu desconheço

que a dor do murmurar como a queria...

Não tenho mais prazer no que antes tinha;

são sacais meus desejos incolores

enquanto tão distante está a rainha.

Nela, a vida me trouxe seus louvores;

porém, quando se ausenta à vista minha,

só restam-me pesares maçadores!

22/07/2020

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 22/07/2020
Código do texto: T7012987
Classificação de conteúdo: seguro