TREVO
O trevo verde desfolha
Sobre a mesinha de centro.
No outono, cinza que adentro,
Morre, porque ninguém olha.
Por mais que seiva recolha
Nele, em vão, eu concentro
Os olhos que, sem escolha,
Olham apenas pra dentro.
Sobre o adubo do sonho,
Plantei-o, alegre e risonho,
Para lembrar-me de alguém...
Se sonhos já não invento,
Entre as fendas do vento,
Morro com ele também.