Tens um olhar o céu assim nublado
Tens um olhar o céu assim nublado,
De freira, no claustro, penitente...
Que busca no teu seio imaculado,
Guarida pr'alma triste de sofrente.
Lembras tu, dos olhares tão cansados,
Ó céu que já ouviste as minhas dores...
Anseias a alma qu'andeja esses prados,
Repousares em ti quando se fores.
Oh! Essa luz etérea em meu fadário,
Vive na ermida augusta do meu sonho
Como em ti vive o Cristo do calvário.
E essas folhas caidas pela rua,
Vão seguindo o teu cortejo tristonho
Sob o pálido clarão d'uma lua.