Pranteiam tristes as almas neste horto
Pranteiam tristes as almas neste horto,
Caminhando pela vida iludido...
Sigo, como o nauta em busca d'um porto,
A vagares sem destino e perdido.
Alma que leva a cruz dos seus pesares,
Este caminho aqui pra que temeres?...
Se da morte só nos resta esperares,
Um dia livrar-nos desses sofreres.
E a tarde quando cais assim tristonha,
Brancas são as nuvens cisnes num lago
N'alma solitária de quem sonha.
Vais a vida levando esses lamentos,
Desta saudade que comigo trago
N'aurora fria dos meus sentimentos.